Histórico

Sobre o
FESTA

    Em 1958, o jornal A Tribuna, através de seu departamento cultural, com o incentivo de Patrícia Galvão, que também era funcionária do jornal e promovia cursos de Arte Dramática, resolve em conjunto com a Comissão Estadual de Teatro organizar o I Festival de Teatro Amador para Santos e Litoral, aos cuidados de uma Comissão Municipal.

    Patrícia Rehder Galvão (1910-1962), a Pagú, idealizou e realizou o primeiro Festival Santista de Teatro – FESTA.

    No ano seguinte, o Departamento de Cultura teve a iniciativa de trazer o II Festival Nacional de Estudantes para ser sediado em Santos. Foi o maior evento do período. Hospedaram-se cerca de 800 estudantes, dezenas de críticos e jornalistas de todo o país. Foram erguidos palcos nos logradouros públicos, promoveram transporte urbano gratuito (na época feito pelos bondes) e complementaram os cenários que os grupos de fora não puderam trazer.

    Foi esse o movimento, nos anos 60 e início dos 70, que mantiveram vivo todo o universo da cultura através do teatro, enfrentando e ludibriando a censura.

    Por sua contribuição para a cultura brasileira, o FESTA foi agraciado com a Ordem do Mérito Cultural do Ministério da Cultura, cuja homenageada coincidentemente foi Pagú em 2011. A força de Patrícia Galvão ao criar o festival, faz até hoje o Festa ser uma das poucas ações que mantém a sua independência e organização por trabalhadores e trabalhadoras do segmento.

    No ano de 2020, o FESTA, com a sanção da Lei nº 3.737, se tornou Patrimônio Imaterial da cidade, passando a ser amparado pela Convenção da Unesco para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, sendo considerado elemento importante na construção da identidade da comunidade local. Festivais como o FESTA, que tem como foco as produções de grupos de pesquisa, são pólos de resistência cultural.

     O FESTA – Festival Santista de Teatro segue uma realização do Movimento Teatral da Baixada Santista, que envolve coletivos artísticos da região, e consta no Calendário Municipal de eventos da Cidade. Anualmente, se reinventa junto ao segmento e é um importante evento que já se tornou tema de diversos trabalhos acadêmicos. Não à toa, o teatro se tornou numa referência aos demais segmentos artísticos do litoral paulista desde os anos 60 por conta das ações em torno do festival, como também nas pautas de construção de políticas públicas para cultura nas cidades da Baixada Santista.